SoS Vida - Cortar o próprio corpo

27/11/2015 09:32
 

Cortar o próprio corpo é a transgressão do momento

 

 

“Adoro me cortar, deitar na minha cama e ver o sangue pingar”... Pode parecer filme de terror, mas acreditem: esse é o depoimento de uma internauta numa comunidade de “Cutting” de um site de relacionamentos.

Se cortar e colecionar cicatrizes por todo o corpo é a nova mania entre os adolescentes. Alguns dizem que é por puro prazer, outros dizem que alivia os sentimentos de raiva e dor, mas na verdade o que será que leva um jovem mutilar o próprio corpo? “As pessoas têm mania de me julgar por isso, mas elas mal sabem que quando sofro, dói e pra essa dor parecer menor eu me corto”, afirma outro praticante do Cutting.

Quando questionados sobre que tipos de instrumentos costumam utilizar para se cortar, eles alegam que na hora vale tudo. “Normalmente eu uso gilete, canivete, caco de vidro, o que eu encontrar na frente, pois tudo é válido para a dor ir embora”, conta outro adepto.

Na maioria das vezes esse comportamento está diretamente ligado à depressão, ansiedade, problemas familiares e baixa auto-estima. Para a psicóloga Juliana Paganelli, é sempre necessário o acompanhamento de um especialista para esses casos, pois se as mutilações forem graves e estiverem acompanhadas de muita impulsividade, agressões verbais, dificuldades de concentração e irritabilidade, o caso pode estar associado a um transtorno de personalidade denominado Boderline que é caracterizado por instabilidade constante de humor e o “cutting” (ato de se cortar) é apenas um dos sintomas desse transtorno.

Maria vai com as outras

A modinha é outro fator que justifica tal atitude. “Os adolescentes adoram imitar comportamentos alheios, principalmente quando estão aliados a uma tribo”, fala a psicóloga Juliana. Por isso é importante observar se o fato está ligado a um distúrbio comportamental ou falta de personalidade, muito comum entre os mais novos.

“Comecei por influência de alguns amigos, mas hoje não consigo mais parar de me cortar, sei que às vezes estou me fazendo mal, mas o desejo é mais forte do que eu”, conta uma praticante do cutting.

Além dos cortes

Muitos jovens encontram outras maneiras de se maltratarem. “Adoro me queimar, a sensação de dor me causa um alivio tão grande que é impossível descrever apenas em palavras”, afirma um jovem num depoimento.

Pular de lugares altos e rolar escada abaixo também são manifestações de automutilação, mas praticados com mais moderação, pois muitos jovens sabem que tais atitudes podem ser, muitas vezes, fatais. “Uma vez tentei me jogar de um lugar alto, mas não tive coragem, tive medo de morrer, prefiro continuar apenas me cortando é mais seguro”.

Tentar entender os motivos de tal atitude é complicado. Prazer? Ódio? Falta de amor próprio? Nada justifica tanta agressão, sem contar que tal comportamento resulta em uma série de complicações e conseqüências: você perde amigos, passa a ser alvo de muitas críticas e preconceitos, fica mais suscetível ao suicídio e terá cicatrizes para sempre.

Numa situação como essa, não hesite e ao menor sinal de vontade de automutilação, procure a ajuda de um especialista, pois quanto mais cedo diagnosticado o problema, melhor!

No cinema

O assunto é tão recorrente que já foi retratado em vários filmes, principalmente norte-americanos, entre os longas-metragens, estão:

• “Garota Interrompida”, de James Mangold (1999);

• Aos Treze”, de Catherine Hardwicke (2003).

• “Gritos e sussurros”, de Ingmar Bergmam (1972);

• “Geração Prozac”, de Erik Skjoldbajaerg (2001);
• “A Professora de Piano”, de Michael Haneke (2001);
• “Secretária”, de Steven Shainberg (2002);

 

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