O tempo e as expectativas

05/01/2016 09:53

Foto: Internet

Depois da ressurreição de Cristo, os discípulos tiveram suas esperanças renovadas no sentido de verem Israel liberto de Roma. Então, perguntaram ao Mestre: “Senhor, restaurarás Tu neste tempo o reino a Israel? E ele lhes disse: Não vos compete saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder. Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e sereis minhas testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria, e até aos confins da terra” (At.1.6-8).

Quando se aproxima o fim do ano, muitas pessoas intensificam suas orações, desejando que Deus as abençoe “ainda neste ano” por meio de uma realização de ordem material, sentimental ou profissional. Querem um emprego novo, um namoro, um casamento ou um dinheiro extra.

Depois, quando começa o ano novo, esperam que aconteça tudo o que não aconteceu antes, como quem diz: “Tem que ser agora”. O ano passa e algumas coisas acontecem, outras não, e a expectativa se concentra no ano seguinte. É claro que Deus sempre pode nos abençoar, mas talvez estejamos esperando algo que não acontecerá, ou não de imediato.

O problema que envolve certas expectativas é a eventual decepção de alguém que colocou um prazo para ver o resultado da sua fé ou a realização dos seus sonhos. Acontece que Deus não segue o nosso calendário. Que diferença faz pra Ele se hoje é 8 de janeiro ou 15 de outubro? Nossos alvos e metas devem ter prazos, mas não devemos pensar e agir como se pudéssemos “colocar Deus na parede”. Nossa “pressão” deve ser sobre nós mesmos, para que a nossa parte seja feita dentro de parâmetros razoáveis.

Existe um tempo determinado para cada propósito (Ec. 3) e, em muitos casos, não podemos antecipar ou queimar etapas. A Bíblia compara as ações e resultados da nossa vida às semeaduras e colheitas. Existe uma ocasião adequada para semear e outra para colher. Devemos respeitar a idade certa, aproveitar as oportunidades e evitar as armadilhas.

A época da colheita vai depender do que estamos plantando. Quem deseja colher muito rápido, deve plantar alface. A espera será de poucos dias, mas o resultado não será muito valioso. Árvores frutíferas, porém, demoram anos para produzir. Mas, se o que se pretende é a extração de boa madeira, o plantio será feito por uma geração para que outra colha.

Portanto, tudo depende do tipo de resultado esperado. Por exemplo, nas questões de relacionamento, não se deve precipitar. Quem está com pressa pode comprometer a qualidade.

Tenha propósitos bons. Escolha bem as suas sementes, semeie, cuide e espere o tempo certo. Se o resultado não aparecer neste ano nem no próximo, continue fazendo o que deve ser feito, com paciência e perseverança. Na ocasião certa, o fruto aparecerá.

Deus pode fazer um milagre, de tal forma que uma árvore cresça e frutifique em um só dia, mas isto geralmente não acontece, pois foi Ele mesmo quem estabeleceu as leis naturais e espirituais. Devemos respeitá-las.

Acima de tudo, precisamos crer que Deus tem os Seus propósitos para nós. No caso dos discípulos, Jesus tinha um plano que estava muito além das expectativas individuais. Dentro de poucos dias, eles seriam cheios do Espírito Santo, dando início a um movimento evangelístico rumo aos confins da terra. O plano de Deus é melhor.

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