O que restou do carnaval?

17/02/2016 09:33

O carnaval acabou, uma semana se passou e o que restou?

Foto: pixabay.com

Ressaca, cansaço, a mesma tristeza de antes, as mesmas preocupações, os mesmos tormentos. A chama da alegria frágil e corruptível ficou acesa por alguns instantes, mas se apagou após a festa. E o que restou? Cinzas. Ah, se o travesseiro falasse! Quantas histórias de ilusão e sofrimento contaria? Quantas lágrimas! Quanto vazio incapaz de ser preenchido por prazeres momentâneos!

O que restou? Arrependimento talvez. Pensamentos que acusam, atormentam, aceleram a mente, que tenta reproduzir no imaginário tudo que foi feito. Quanto tempo gasto com coisas inúteis! Pensa. Quanto tempo gasto para alimentar o próprio ego, para mostrar ao próximo uma autossuficiência enganosa, para sentir superior, para não ser alvo de chacotas de seres humanos que não sabem o que é amor e alegria verdadeiros. Quanto tempo gasto para tentar provar, fisicamente, o valor que tem, para buscar no outro a própria satisfação, para tentar preencher o abismo que há no coração. No fim, todo esforço foi em vão. A identidade continua escondida num amontoado de sentimentos que tiram a paz, uma mistura de medo, insegurança, ansiedade, tristeza, solidão.

Mas essa identidade se torna conhecida quando há reconhecimento da fragilidade e do vazio da alma, arrependimento, entrega e relacionamento com o Pai.

Como consequência, o que era cinzas passa, surpreendentemente, a ser brasa ardente, viva; passa a gerar calor, luz. Estes, por sua vez, não transformam apenas a “atmosfera fria e escura” no interior de quem descobriu a própria identidade, mas passam a aquecer e iluminar outras vidas, que, ao se renderem e reconhecerem sua dependência de Deus, passam a ser transformadas, e suas cinzas também se tornam brasas… E o processo é contínuo, até que todos um dia confessem que Jesus é o Senhor, o Caminho, a Verdade, a Vida, a Verdadeira Alegria, a Paz que excede o entendimento, o Encaixe Perfeito para o vazio do coração.

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