O Perigo das Recompensas Imediatas

22/04/2016 15:30

recompensa

Certa vez, Jesus disse aos discípulos: “Grande é o vosso galardão no céu…” (Lucas 6.23). Esse tipo de declaração pode não ser muito interessante para pessoas dominadas pelo imediatismo. É verdade que o prêmio já existe, mas não será entregue antes do fim (favor não insistir).

Embora possamos receber tantas bênçãos de Deus nesta vida, nada se compara ao que nos aguarda na glória celestial. É o que a Bíblia nos garante (1 Co 2.9).

Temos, neste mundo, uma amostra, um antegozo do céu. Mesmo sendo pouco, é o bastante. Contudo, corremos o risco de sermos dominados por egoísmo, cobiça e ambição, principalmente quando colocamos as coisas deste mundo como alvos principais da nossa fé ou quando desejamos riquezas e glória humana como recompensa ministerial. Nesse caso, configura-se uma situação de risco.

O Senhor nos promete um galardão no céu, mas não diz exatamente o que é. Afinal, Ele não quer estragar a surpresa nem atrair interesseiros. Entretanto, para alcançar o prêmio celestial, precisamos renunciar a certos ganhos terrenos, como lemos nas palavras de Jesus: “Guardai-vos de fazer a vossa esmola diante dos homens, para serdes vistos por eles; aliás, não tereis galardão junto de vosso Pai, que está nos céus. Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão” (Mt.6.1-2).

“E, quando orares, não sejas como os hipócritas; pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão” (Mt.6.5).

“E, quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque desfiguram os seus rostos, para que aos homens pareça que jejuam. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão” (Mt.6.16).

A palavra de Deus nos promete a glória celestial, mas a busca por uma glorificação neste mundo torna-se perigosa armadilha, pois o galardão eterno pode ser perdido.

Exemplo disso encontra-se na história de Balaão, que desvirtuou seu ministério profético para receber as riquezas de Balaque (Nm 22-24; Jd 11; 2 Pd 2.15).

Pior foi o que fez Judas Iscariotes, que vendeu o Mestre por 30 moedas de prata. A Bíblia diz que este foi o galardão do traidor, um ganho material tão medíocre diante da dimensão do seu prejuízo espiritual.

“Ora, este adquiriu um campo com o galardão da iniquidade; e, precipitando-se, arrebentou-se pelo meio, e todas as suas entranhas se derramaram” (Atos 1.18).

Você está esperando o galardão celestial? Satanás oferece uma antecipação, hoje, aqui e agora. Foi o que ele fez com Jesus no deserto (Mt.4), ao oferecer os reinos do mundo e a glória deles, sem sofrimento, sem cruz e sem túmulo.

O Mestre renunciou os reinos do mundo para alcançar o reino eterno. E nós, o que faremos? Venderemos nossa eternidade com Cristo por algumas moedas ou por alguns minutos de prazer e fama?

“Recebendo o galardão da injustiça; pois que tais homens têm prazer nos deleites quotidianos; nódoas são eles e máculas, deleitando-se em seus enganos, quando se banqueteiam convosco” (2 Pd 2.13).

Isto não quer dizer que não possamos receber alguma honra ou recompensa neste mundo, mas este não pode ser o alvo da nossa fé ou ministério. Precisamos observar se a condição para receber alguma coisa é a renúncia aos valores cristãos ou ao nosso compromisso com Deus; se estamos usando a fé para justificar a cobiça ou usurpando a glória que pertence ao Senhor. Lembremos a experiência de Esaú. Comer lentilhas não era pecado. O problema foi abrir mão da primogenitura em troca daquela refeição.

“Olhai por vós mesmos, para que não percamos o que temos ganho, antes recebamos o inteiro galardão” (2 Jo 1.8).

 

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