Jejum, uma prática a ser resgatada

15/06/2015 08:40
 

Jejum 1

O jejum é uma prática milenar, porém em desuso na igreja cristã contemporânea. Está presente tanto no Antigo como no Novo Testamento. Os profetas, os apóstolos, Jesus e muitos homens de Deus, ao longo da história, experimentaram os benefícios espirituais do jejum. Os santos de Deus em todos os tempos não somente creram no jejum, como também o praticaram. Hoje, porém, são poucos os crentes que jejuam com regularidade e ainda há muitas dúvidas acerca da sua necessidade e de seu funcionamento. Vejamos 3 pontos:

Em primeiro lugar, o significado do jejum. O que é jejum? É a abstenção de alimento por um período definido para um propósito definido. O jejum não é apenas abstinência de alimento. Jejum é fome de Deus, saudade do céu. Nós comemos e bebemos para a glória de Deus e também jejuamos para a glória de Deus (1Co 10.31). Se comemos para a glória de Deus e jejuamos para a glória de Deus, qual é a diferença entre comer e jejuar? John Piper diz que, quando jejuamos nos alimentamos do pão da terra, símbolo do Pão do céu; mas quando jejuamos, não nos alimentamos do símbolo, mas da própria essência, ou seja, nos alimentamos do próprio Pão do céu. Jejuar é amar a realidade acima do emblema. O alimento é bom, mas Deus é melhor. A comunhão com Deus deve ser a nossa mais urgente e apetitosa refeição. Nós glorificamos a Deus quando o preferimos acima dos seus dons.

Em segundo lugar, os obstáculos para a prática do jejum. Há muitos obstáculos que nos afastam do caminho do jejum. O maior obstáculo para o jejum, porém, não são as coisas más, mas as coisas boas. Nem sempre nos afastamos de Deus por coisas pecaminosas em si mesmas. Os mais mortíferos apetites não são pelos venenos do mal, mas pelos prazeres da terra, os deleites da vida (Lc 8.14; Mc 4.19). “Os prazeres desta vida” e “os desejos por outras coisas” não são um mal em si mesmos. Não são vícios; são dons de Deus. No entanto, esses dons podem tornar-se substitutos mortíferos do próprio Deus em nossa vida. Jesus disse que antes de sua volta as pessoas estarão vivendo desatentas como a geração que pereceu no dilúvio. E o que elas estavam fazendo? Comendo e bebendo, casando-se e dando-se em casamento (Mt 24.37-39). Que mal há em comer e beber, casar e dar-se em casamento? Nenhum! Mas, quando nos deleitamos nas coisas boas e substituímos Deus pelas dádivas de Deus estamos em grande perigo. O jejum não é fome de coisas boas; o jejum é fome de Deus. O jejum não é fome das coisas que Deus dá; o jejum é fome do Deus doador. Nossa geração corre sôfrega atrás das bênçãos de Deus em vez de buscar o Deus das bênçãos. Deus é melhor do que suas dádivas. O abençoador é melhor do que sua bênção. Jejum é fome de Deus e não das dádivas de Deus!

Em terceiro lugar, o propósito do jejum. O jejum não é uma promoção pessoal nem uma trombeta a alardear nossa espiritualidade diante dos homens. O jejum não é meritório. Jejuamos para nos deleitarmos em Deus. Jejuamos porque temos saudade de Deus e não podemos viver vitoriosamente sem ele. O propósito do jejum não é obter o favor de Deus ou mudar a sua vontade (Is 58.1-12). Tampouco impressionar os outros com uma espiritualidade farisaica (Mt 6.16-18). Jejuar para ser admirado pelos homens é ter uma motivação errada. Jejum é fome do próprio Deus e não busca por aplausos humanos (Lc 18.12). O jejum é para nos humilharmos diante de Deus (Dn 10.1-12), para suplicarmos a sua ajuda (2Cr 20.3; Ed 4.16) e para voltarmo-nos para Deus com todo o nosso coração (Jl 2.12,13). O jejum é para reconhecermos a nossa total dependência divina (Ed 8.21-23). O jejum é um instrumento para fortalecer-nos com poder divino, em face dos ataques do inferno (Mc 9.28,29). É tempo da igreja jejuar! É tempo da igreja voltar-se para Deus de todo o seu coração, com jejuns e com pranto (Jl 2.12). É tempo de buscarmos um reavivamento verdadeiro, que traga fome de Deus em nossas entranhas e traga um profundo anseio pela presença manifesta de Deus em nossa igreja, em nossa cidade, em nossa nação!

 

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