Conhecemos as árvores...mas e os frutos?

29/04/2013 11:29

 

Até aonde vai o limite da hipocrisia? Como saber, e o que fazer, quando, sutilmente, os “padrões” e “regras gerais” espirituais são confrontados e, em certos casos, quebrados? Não pretendo responder estas questões sozinha; mas, trago uma boa reflexão sobre elas!

Os dias em que vivemos tem sido palco (em maior escala) do que Jesus já havia percebido há 2000 anos atrás.

Dentre muitos padrões, regras e leis espirituais que vem sendo confrontadas há séculos (se não milhares de anos), falarei, respeitado o bom senso, de uma especificamente. Quero dizer, também, que pode ser que alguém discorde de mim, e os comentários estão abertos para tal.

Quando Jesus declarou em Mateus 7.16: “Por seus frutos os conhecereis…”; ele estava declarando uma Lei (em termos científicos), tal como, a Lei da Semeadura: “O que se planta, colhe”! 

Sabemos que existem vários tipos de árvores (Boas e Más), cada qual com o seu fruto específico. A árvore de uma espécie não produzirá fruto de outra. É uma ordem/Lei natural e geral.

Mas… Prossigamos!

Gostaria que você lesse: 2º Pedro 2. /Mateus 7.15 /Mateus 24.24.

Vejamos agora Mateus 12.33: “Ou fazei a árvore boa, e o seu fruto bom, ou fazei a árvore má, e o seu fruto mau; porque pelo fruto se conhece a árvore”.

O contexto imediato do texto, ou seja, o capítulo 12 todo, mostra-nos um embate entre o Senhor Jesus x Fariseus. A questão central, a meu ver, era o que Jesus “falava, fazia e era”. Suas palavras eram “boas”, o que Ele fazia era “bom”, em suma, Ele era uma pessoa “boa”. O “fruto” do que Ele falava e, principalmente, fazia refletia o seu interior – Era uma a ÁRVORE boa, com Frutos BONS!

O versículo 33, a meu ver, é uma comparação que o Senhor Jesus fez de si mesmo em relação aos Fariseus. Eles, os Fariseus, eram as árvores más, e os seus frutos, em essência, mas nem tanto em aparência, eram maus. Mas como assim, nem tanto em aparência? Explico mais a frente!

O que sempre me intrigou é o versículo 34: “Raça de víboras, como podeis vós dizer boas coisas, sendo maus? Porque do que há em abundância no coração, disso fala a boca”.

Os fariseus se enquadravam em uma espécie de pessoas (As piores) que, sendo maus em seu interior, exteriorizavam/aparentavam serem bons. A mim me parece, pelas suas palavras, que o Senhor “ficara perplexo” diante desta situação, diante de tanta hipocrisia, cinismo e maldade! Como pode algumas pessoas falar coisas tão belas, pregar, aparentar tanta piedade, e ao mesmo tempo serem tão cínicas?? Esta é uma triste realidade até hoje. E o embate, desavença, irritação de Jesus, contra os fariseus não se justifica, apenas, pela hipocrisia e cinismo; eles, realmente, eram em essência: Maldosos e Maléficos!

Analisando o versículo 34, podemos perceber que, embora a perplexidade seja sobre o falar, fico imaginando qual seria o resultado (estrago) se houvesse quem maquiasse/dissimulasse o seu procedimento e o seu resultado, ou seja, o seu “fruto”.

Vale lembrar (em uma grossa comparação) que, os piores Serials Killer’s e psicopatas eram e são pessoas tidas como “normais” pela vizinhança, em muitos casos. Essa comparação serve apenas para mostrar que a situação é generalizada em nossa sociedade.

Essa questão segundo a bíblia origina-se no inimigo das nossas almas. Uma das piores (ou melhor, dependendo do ponto de vista) armas de Satanás é a enganação/mentira (João 8.44/ Tessalonicenses 2.1-11). A mentira e/ou a enganação tem seu poder potencializado quanto mais elas se parecem com a verdade. E nisto o inimigo de nossas almas é perito. Ou ele distorce a verdade, tentando assim “baixar/relativizar” a verdade, fazendo dela uma meia-verdade, ou ele “eleva/aperfeiçoa” o nível da mentira/enganação a ponto de confundir a muitos como se fosse a verdade!

Além disto, a hipocrisia e o Cinismo entram no pacote descrito acima, o  que, me parece, foi legado por Satanas a boa parte da humanidade. Em vista disto, a grande questão é: “Será que somos aptos a discernir os frutos?” E a resposta é: “Não da maneira como gostaríamos!”.

Existem várias dificuldades para conhecermos as árvores (de hoje) pelos seus frutos, sobretudo nos tempos atuais:

  • Uma delas é a falta do discernimento espiritual;
  • Outra é a época que vivemos; em que muitos valores são anti-bíblicos; e com os quais acabamos “acostumando-nos”. Vivemos em uma sociedade que valoriza o Exterior em detrimento do interior. Por isso, se não cuidarmos, focaremos os olhos e a atenção no exterior, na aparência, e, fatalmente, seremos enganados.
  • A terceira, é que não somos oniscientes, o que demanda de nós muito mais cuidado. Muitas vezes não conhecemos a pessoa intimamente e inteiramente. Muitos se escondem atrás do “anonimato”; ou da hipocrisia.

Juntando a isto tudo há o fato de que muitas vezes o que é importante e prioridade para nós, como a aparência, terno, eloqüência, persuasão, “unção”, milagres e até “boas obras”, às vezes, não é “a” coisa mais importante para o nosso Deus. Não que elas não sejam importantes, mas, definitivamente elas não são passaporte para o “CÉU”.

A questão não é tão simples como parece. A verdade é: Que é muito difícil julgarmos/analisarmos os frutos de alguém.

Resta-nos saber, enfim, o que fazer?

=> Primeiro: Cuidado para não julgar nem condenar. Mas estar atento as evidências de procedimento e, também, dos ensinos, pregações, doutrinas – supostamente oriundas – das Escrituras Sagradas – a palavra de Deus. (Atos 17.11)

=>  Segundo: Muita oração, vigilância, comunhão e intimidade com o Pai (Efésio 6.17/ João 17.21)

=> Leitura constante da palavra de Deus com boa dose de humildade. (Salmo 1)  

Por essas coisas vem o DISCERNIMENTO ESPIRITUAL, o qual é imprescindível a análise dos frutos.

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