A História do Natal

13/12/2011 13:17

Nos primeiros anos do cristianismo, a Páscoa ou a ressurreição era o feriado principal. O nascimento de

Jesus não era celebrado.

No século IV, oficias da Igreja decidiram instituir o nascimento de Jesus com um feriado. Mas havia um

problema: a Bíblia não menciona a data de seu nascimento.

Apesar de algumas evidências sugerirem que o nascimento de Jesus ocorreu na primavera, o Papa

Julius I escolheu 25 de dezembro.

Alguns estudiosos acreditam que a Igreja adotou esta data num esforço de absorver as tradições pagãs

do festival da Saturnália.

Primeiro foi chamado de Festa da Natividade, o costume se espalhou para o Egito em 432 e chegou até

a Inglaterra no final do século VI.

Ao final do século VIII, já tinha se espalhado por toda a Escandinávia. Hoje, as Igrejas Ortodoxas grega e

russa, celebram o Natal no dia 6 de janeiro, também referido como o Dia dos Três Reis, que seria o dia

em que os 3 Reis Magos teriam encontrado Jesus na manjedoura.

Mantendo o Natal no mesmo período dos tradicionais festivais de solstício de inverno, os líderes da Igreja

aumentaram as chances de que o Natal se popularizasse e também conseguiram ter a habilidade de ditar

como ele seria celebrado.

Na Idade Média o cristianismo tinha substituído a maior parte das religiões pagãs européias. No Natal, os

crentes iam à igreja, depois celebravam intensamente, se embebedavam, numa atmosfera tipo carnaval.

Na Inglaterra a cada ano, um desocupado ou um estudante era aclamado como o "Lorde da Má

Conduta" e os participantes brincavam com suas ordens e desmandos. Os pobres iam às casas dos ricos

e exigiam a melhor comida e melhor bebida.

Se os donos da casa falhavam em fornecê-las, os visitantes os aterrorizavam. Natal se tornou uma época

do ano em que as classes dominantes pagavam seus débitos reais ou imaginários com as parcelas

menos afortunadas da sociedade.

Sinter Klass chega à Nova Iorque

São Nicholas fez sua primeira aparição na cultura popular americana em 1773 e depois em, 1774,

quando um jornal de Nova Iorque publicou uma matéria sobre o encontro de famílias Holandesas para

honrar o aniversário de sua morte. O nome Santa Claus, evoluiu do original holandês Sinter Klass.

Numa matéria escrita em Nova Iorque, em 1809, Washington Irving descreve a chegada de St Nicholas,

num cavalo, em cada véspera do dia de São Nicolau - 6 de dezembro.

Criado o Papai Noel Moderno

Em 1822 um ministro episcopal, Clement Clarke Moore, escreveu um longo poema de Natal para suas

três filhas, intitulado "An Account of a Visit from St. Nicholas".

Moore hesitou em publicar o poema devido à sua natureza frívola mas é o responsável pela moderna

imagem de Santa Claus, como "um elfo rechonchudo" com habilidades sobrenaturais de subir por uma

chaminé apenas levantando sua cabeça.

Mesmo que alguns elementos do poema de Moore tenham sido pegos de outras fontes, ele ajudou a

popularizar a idéia de que Santa Claus voa de casa em casa na véspera de Natal em um trenó puxado

por 8 renas voadoras, cujos nomes ele criou, e que entregava presentes para as crianças.

O "An Account of a Visit from St. Nicholas", criou imediatamente um ícone popular americano.

Papai Noel Vermelho e Branco em 1891

Em 1891, o cartunista político Thomas Nast desenhou a partir do conto de Moore e criou a primeira

imagem moderna de Santa Claus, como conhecemos hoje.

Seu cartoon apareceu no Harper's Weekly, e mostrava um Santa Claus gorducho, alegre com uma grande

barba branca e um saco cheio de presentes para as crianças. Nash também nos deu a roupa vermelha

com "peles" brancas, a oficina do Polo Norte, os elfos, e a esposa: Mrs Claus.

 Opinião

Após muito pensar, temos uma opinião pessoal sobre os motivos da roupa vermelha de Papai Noel.

Observando os antigos anúncios da década de 1910/20, percebemos que foi uma época da evolução e

popularização dos processos de impressão de jornais e revistas.

Antes de se tornarem coloridos, o processo chamado de "duas cores" ainda muito usado até hoje, era

uma das coisas mais modernas que havia.

Neste processo, temos na verdade 3 cores: o branco ou outra cor do papel; a tinta preta; e outra tinta de

qualquer outra cor.

Combinando retículas de impressão, pode-se ter misturas entre as tintas e suavização delas com a cor do

papel.

Adivinhe? A tinta mais usada era a vermelha, pelo motivo óbvio de chamar mais a atenção nos anúncios

que o azul, amarelo ou verde.

Logo, para as propagandas de Natal, o Santa Claus tinha a roupa branca, preta, cinza ou em algum tom

de vermelho. Qual você escolheria? Vermelho é claro!

Dê uma olhada em nossa seção de Natal e você verá anúncios originais, anteriores a 1932 onde o Papai

Noel está em vermelho e branco e não tem nada a ver com a Coca-Cola.

De São Nicolau a Papai Noel

Na busca das raízes históricas de Santa Claus, é preciso ir fundo no passado para descobrir que Santa

Claus é uma combinação de diversas lendas e criaturas mitológicas.

A base do Santa Claus cristão é o bispo Nicholas de Smyma (Izmir) onde, hoje é atualmente a Turquia.

Nicholas viveu no século 4 DC, quando o cristianismo estabelecia sua modernidade em Bizâncio e não em

Roma, apesar de coexistirem Papas e líderes bizantinos. Ele era muito rico e generoso, sempre dando

presentes para as crianças. Tinha o hábito de jogar presentes para as crianças pobres pelas janelas de

suas casas.

A Igreja Ortodoxa Bizantina elevou St. Nicholas ao status de "milagreiro". Em sua honra, foi construída

uma catedral na Rússia, hoje, a mais antiga do país. A Igreja Católica Romana honrou Nicholas por ele ter

ajudado as crianças e os pobres, tornando-o santo das crianças e navegantes. Seu dia é o 6 de

dezembro.

Como Christmas se tornou Natal?

Nas áreas Protestantes do centro e nordeste da Alemanha, St. Nicholas ficou conhecido como

Weinachtsmann. Na Inglaterra como Father Christmas, a partir de 1500.

Quando fez seu caminho junto com os imigrantes holandeses para os EUA, foi referido como Sinter

Klass.

Como Christmas (referente a Cristo) e Santa Claus se tornaram Natal e Papai Noel?

Bem, Natal é fácil, pois em italiano, onde fica a sede da Igreja, a festa é chamada e il Natale o "a

aniversário (dia do nascimento)". Em espanhol é Navidad.

Sinter Klass é um apelido de Sint Nikolaas (o holandês para São Nicolau). Foi "inglesado" para Santa

Claus.

Mas e o tal do Papai Noel?

Essa é mais difícil. Parte vem do francês, onde o Natal é chamado de Noel, que vem da frase "les

bonnes nouvelles", "as boas novas", tradicional do Novo Testamento.

E o "Papai" vem da tradição inglesa de Father Christmas "Papai Christmas" que em francês virou Pere

Noel.

Mas ainda tem mais um!

Não é só o Santa Claus americano do século XIX que foi inspirado em São Nicolau para aparecer na

época de Natal. Outras figuras similares são populares em outras partes do mundo.

Christkind ou Kris Kringle entrega presentes para as crianças na Suíça e Alemanha. Significa "Christ

Child" em inglês ou "Cristo Criança" e é uma figura tipo anjo que acompanha São Nicolau em sua

missões de Natal. Por favor esqueça os filmes de Hollywood que dão o nome próprio de "Kris Kringle" ou

"Mister Kringle", ao Santa Claus quando ele se mistura com as pessoas normais!!!

Na Escandinávia, um elfo mágico chamado Jultomten, entrega presentes num trenó puxado por bodes...

A lenda inglesa também fala que Father Christmas "Papai Christmas" visita cada casa na véspera do

Natal.

Pere Noel é o responsável pelos presentes na França.

Na lendas russas, existe uma velha, chamada Babouschka (a mesma daquelas bonequinhas que ficam

umas dentro das outras) que deu informações errada para alguns sábios, que não conseguiram chegar a

Belém e encontrar Jesus, quando ele nasceu.

Depois, ela se sentiu culpada mas não conseguiu achar os homens ou desfazer o engano. Neste dia, 5 de

janeiro, ela visita as crianças russas deixando presentes perto de suas camas, na esperança de que

alguma delas seja o bebê Jesus e que ela será perdoada.

Na Itália há outra lenda sobre uma mulher chamada La Befana, que voa numa vassoura e joga os

presentes pelas chaminés para as crianças boas.

O quebra-cabeças cultural que formou o Natal

O Natal como conhecemos hoje é uma invenção da era Vitoriana, ao redor 1860, tendo uns 140 anos de

"tradição milenar".

É o feriado mais celebrado no mundo e o resultado da fusão de diferentes tradições de diferentes regiões,

de culturas religiosas e seculares.

 

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