A Batalha de Todo Adolescente - Alívio ou Flagelo? Demi Lovato

26/04/2013 16:10

 

O que você diria a uma pessoa que se machuca por não conseguir superar as suas angústias?

Muita gente nem sabe o que é automutilação. Outras acreditam ser uma mania ou coisa de louco. Mas o que muitas pessoas não sabem é que isso é mais comum do que podemos imaginar. A cantora teen norte-americana Demi Lovato, por exemplo, até já cancelou uma turnê para se internar por conta própria em uma clínica de reabilitação para tratar do problema.

Uma pesquisa recente, publicada na revista médica Lancet – realizada pela King's College, em Londres, e pela Universidade de Melbourne, na Austrália –, diz que um em cada 12 adolescentes se automutila. Eles geralmente utilizam estiletes, cacos de vidro, agulhas, facas, enfim, qualquer material pérfuro-cortante que possa, de alguma maneira, aliviá-los de suas angústias, medos e pesos. Ou ainda podem se queimar, se atirar contra a parede e se bater. Parece ilógico e até irracional, mas essas pessoas só se sentem melhores depois que se ferem e se agridem. Sentem-se aliviadas de opressões como raiva, culpa, tristeza, aflição. No entanto, isso é momentâneo, como o efeito de uma droga, que dá e passa, e todo o sofrimento volta novamente.

Mas, qual é a causa da automutilação?

Especialistas dizem que para ocorrer a autoflagelação, é preciso haver uma predisposição para isso, como ter sido vítima de bullying, abuso sexual, ser usuário de drogas ou ter alguém assim na família ou saber que algum conhecido se automutila. Ou ainda ter uma baixa autoestima. A tristeza e a depressão também podem contribuir, principalmente se estiverem ligadas à história de vida e ao ambiente em que este jovem está inserido.

No caso de Demi Lovato, a cantora é filha de pais separados, e o pai dela lamentou o ocorrido dizendo que há um tempo não a via. Essa ausência pode ter influenciado, sim, mas não há certeza disso. Há ainda de se considerar o fato de ela ser tão jovem e já precisar lidar com a pressão da fama, dos inúmeros shows, da estética impecável e da exposição. 

Alguém pode questionar sobre os tipos de tratamento para essa prática, ou se pelo menos existe algo para combater isso. Sim, há, mas a base é a medicação e a psicoterapia. Porém, isso não cura o paciente, apenas alivia e ajuda a considerar outras formas para lidar com suas angústias e frustrações.

Conhece alguém com o problema?

 

Você pode não conhecer alguém que se automutila – pelo menos, é muito difícil que alguém que realiza essa prática a revele –, mas deve saber de alguém que tem a sua autoestima baixa. Pode ser a sua vizinha ou a amiga, que, provavelmente, por não conseguir reagir ou se defender, permite-se ser humilhada e ridicularizada por outros amigos e conhecidos; a colega de escola ou faculdade, que se sente feia e rejeitada depois de ter sido trocada por outra pessoa; enfim. E essa “energia” ruim que recebem e não eliminam, acaba sendo armazenada e expelida depois em forma de automutilação.

Se você conhece uma pessoa assim, ou está a ponto de se tornar um autoflagelador em potencial, não feche os olhos para isso. As causas dessa prática são muito profundas, e geralmente começam na infância.

Se a sua infância foi marcada por coisas ruins, mas conseguiu superar isso, o que você diria a uma pessoa que se automutila por ainda não ter conseguido derrubar as muralhas de angústias que sufocam a vida dela? 

Não podemos fechar nossos olhos!!!

 

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