A Batalha de Todo Adolescente...5 Meses!
05/12/2014 08:36Hoje o depoimento, ou melhor o testemunho me dá muita alegria em publicar...
Vamos la?
Dia 04 de julho de 2014: o dia que definitivamente eu disse não a automutilação. Talvez muitos irão ler, outros passarão despercebidos, isso não importa. O motivo de eu estar fazendo isso? O Espirito Santo. Ele disse que ao menos uma pessoa seria tocada através disso e não importa quantas pessoas irão ler, eu sei que a pessoa certa irá ler. O que vou estar dizendo aqui, poucas pessoas sabem, mas se é hora de testemunhar, aqui vamos nós. Muitos sabem que a 1 ano, 8 meses e alguns dias eu perdi meu melhor amigo. Senti como se um pedaço de mim fosse embora, entrei em depressão, perdi completamente a vontade de seguir a vida por que não teria comigo uma das pessoas que eu mais amava. Eu estava afastada da igreja, e com a morte do Fernando eu simplesmente parei de ir. Foi ai que Deus começou a agir, foi ai que conheci a Bel!. A Bel começou a me acompanhar, começou todo um processo de cura comigo, mas eu estava tão podre que aparentemente nada estava me ajudando, e entre trancos e barracos se seguiram alguns meses. Depois de 6 meses não aguentando mais, comecei a descontar em mim mesma a dor que eu sentia pela falta dele. Em setembro de 2013 eu fiz meu primeiro corte (depois de alguns anos sem, pois em 2011 eu já tinha me machucado). Uma mistura de todos os sentimentos ruins possíveis. Foi uma mistura de saudade, de desprezo, de carência, de angustia, de dor, de sofrimento, de insuficiência... meus problemas aumentaram, algumas coisas começaram a vir à tona, problemas na família, problemas com amigos, problemas em todas as areas que possam imaginar. Foi ai que eu recorri pra automutilação: a dor que alivia – mesmo que momentaneamente. Passei a me automutilar quase todos os dias, até que chegou um ponto que quase todos os dias não estavam sendo suficientes, e comecei a fazer todos os dias. Precisei de ajuda. Não estava mais aguentando... a dor tinha tomado conta completamente da minha alma. Corri pra Bel e foi ai que conheci a Michelly. Começamos a conversar, começaram a me ajudar, mas eu sempre indo e vindo, conseguindo e não conseguindo, comemorando um dia sem e chorando fazendo outro. Estava na Igreja mas apenas estava, por que não deixava Deus entrar no meu coração e começar a reforma, por que eu sabia que seria dolorido, por que eu tinha medo de Deus me abandonar, tinha medo de Deus simplesmente me dar uma rasteira. Estava na Igreja de corpo, mas minha alma estava muito longe. E ai foi o ano de 2013, tombos, recaídas, psiquiatra, remédios, terapia... começou 2014 e eu da mesma forma, ficava uma semana sem, recaía, ficava mais um tempo sem, recaía de novo, e as cicatrizes só acumulando, maquiagem não tampava, pulseiras também não (senão teria que colocar pulseira no braço inteiro), então, nada mais me restava a não ser blusa. Calor escaldante, sol de rachar ::::::::: blusa. E foi assim até julho desse ano, os cortes estavam sendo meu refúgio. Tive duas pessoas super pacientes ao meu lado, que não se importaram em dedicar seu tempo pra me ajudar, pra me ouvir, pra me exortar, duas pessoas que definitivamente foram peças fundamentais pra tudo o que está acontecendo hoje. Até dia 04 de julho de 2014 (e até hoje), eu tive/tenho essas duas pessoas que não desacreditaram de mim, que sempre me disseram que eu era capaz e que eu iria conseguir. Muitas vezes eu me questionei: “Onde está Deus? Por que Deus está tão indiferente com o meu sofrimento?” E de todas as vezes que eu me questionei, Deus mostrava que se eu ainda estava aqui, era por que a graça Dele era maior do que qualquer outra coisa.
Enfim, isso é um pouco do que eu passei nesse tempo de automutilação. Esse calendário nomeado “calendário da superação”, rs, eu fiz pra poder marcar todo dia que eu venci. Não me recordo aonde eu ouvi a seguinte frase: “Eu não preciso vencer sempre, eu só preciso vencer hoje!”. Essa frase foi uma motivação pra mim viver um dia de cada vez, por que ao olhar pra trás, eu veria que já teria percorrido um grande trajeto. E agora, depois de 5 meses, eu olho esse calendário e penso: “Caramba, eu consegui”. Mas agora eu quero dar honras e glórias ao único merecedor da minha vida, Jesus Cristo. Como eu consegui parar? Dizendo sim a Deus, dizendo sim ao seu propósito. Esses dias que estão com um circulo vermelho, foram os dias que eu achei que eu não iria conseguir, mas foi o dia que mais que os outros, eu dobrei meus joelhos e busquei refugio naquele que a todo momento está me esperando. Se não fosse por Deus, se não fosse por Jesus e pelo Espirito Santo, hoje eu estaria internada numa clínica-dia, fazendo acompanhamento de perto, pois foi esse o tratamento que um médico-homem me propos. Mas eu tive comigo o médico dos médicos, aquele que eu sei que acima de qualquer coisa, tinha meu milagre preparado. A partir do momento que eu entendi que somente Deus poderia me ajudar, eu larguei os remédios pra dormir (pois sem eles eu não dormia), larguei os remédios pra depressão, ansiedade, bipolaridade e etc (por que sem eles eu me agredia ou pensava em agredir alguém), e passei a tomar o remédio que Deus tinha pra mim, que era o seu amor, o seu cuidado, a sua graça, sua misericórdia e compaixão com a minha vida. Eu só queria agradecer a todos que de alguma forma me ajudaram nessa fase dificil da minha vida. A você, Bel, por ser mais que uma pastora, por ser minha amiga e conselheira, minha intercessora. A você, Michelly, que mesmo a 1h30 de distância nunca deixou de orar comigo, nunca deixou de me aconselhar, de me ajudar, que mesmo “longe” segurou as minhas mãos e me ajudou a caminhar. Agradecer a Deus pelos membros da minha igreja, Comunidade Apostólica Shekinah de Curitiba, por que se não fosse pela oração deles também, eu certamente teria tomado um rumo diferente. Agradecer a minha mãe e irmã, que mesmo sabendo apenas a 5 meses atrás, me amaram e não me julgaram. Agradecer a Néia por todo o apoio com relação ao Fer. E agradecer principalmente a Deus, que foi o meu melhor amigo todos os dias, dos mais tristes aos mais felizes.
Quero dizer pra você que passa pelo mesmo problema que eu passei, que a única saída que você vai encontrar pra sua dor, é o caminho que leva até Deus. Quero te dizer que não é na automutilação que você vai encontrar alivio, mas sim nos braços de amor de Deus te envolvendo, segurando as suas mãos e estando contigo. Quero dizer pra você que você não precisa derramar seu sangue por sua dor, por que todo o sangue já foi derramado na Cruz do Calvário. Quero te dizer que Deus Ele te espera com um abraço tão gostoso, que você jamais vai querer largar. Quero dizer pra você que você é capaz, que você consegue, que mesmo eu não te conhecendo, eu acredito em você. Quero dizer que Deus te ama e tem cuidado pela sua vida, que em todos os momentos que você se sentir sozinho, dobre o joelho por que tem um cara que te ama muito te esperando. E lembre-se: Você só precisa vencer hoje.
“Porque eu, o Senhor teu Deus, te tomo pela tua mão direita; e te digo: Não temas, eu te ajudo.” Isaías 41:13
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