A Batalha de Todo Adolescente...A Dor que não tem voz!
12/12/2014 08:54Bom dia :)
Espero que estejam gostando dos depoimentos e estejam entendendo que é sim possível parar, é possível encontrar ajuda.
Nem sempre é fácil falar sobre o assunto, mas a cura, a restauração começa qdo aceitamso pedir ajuda.
Vamos ao próximo?
Olá. Me chamo Priscilla. Tenho 20 anos. Me auto mutilo desde os 12 anos de idade. Tenho um grupo de ajuda com 200 pessoas que se auto mutilam e a maioria não tem a ajuda de pais por terem medo de falar sobre esse vício, então tento ajudá-las de forma com que não se sintam sozinhas e através da minha história de vida posso aconselhá-las. Sim é um vício como qualquer outro.É como uma droga, nos permite sentir prazer no corte, a dor física não alivia a dor da alma, mas é bom ao ver sangrar. Como se aliviasse a culpa, a raiva, a dor. Mas com o passar do tempo eu nunca me satisfazia, sempre queria mais e mais. Passei a cortar meu pulso mais fundo, quanto mais fundo melhor, fazendo cortes escondidos nas pernas e barriga depois que descobriram meu pulso. Já cheguei a cortar meu próprio rosto e mentir que eu tinha me arranhado sem querer quando estava dormindo. Fui julgada de louca muitas vezes. Eu comecei a me cortar após assistir um filme onde uma menina fazia o mesmo. Então não parei mais. Acreditava que eu não era bonita, que eu era gorda, e comecei a vomitar tudo que comia, passei tres anos fazendo isso e piorando os cortes sofrendo sem ajuda de ninguém. Demorei 4 anos pra que uma professora percebesse que eu estava deprimida e me levasse ao psiquiatra, eu ainda era menor de idade, foi uma barra pra contar pra minha família que eu não estava bem. Mas eles não sabiam dos cortes nem do quanto eu passava a noite chorando e implorando pra Deus me matar. Passei um ano sem me cortar depois que comecei o tratamento. Mas tive recaídas e ainda tenho. Faz quase um mês que não me corto. Sabem porque? Porque ninguém ajuda aqueles adolescentes desesperados que gritam em silêncio por socorro e eu preciso me manter de pé, e viva pra poder ajudá-los. Só não me matei por isso.Faço tratamento psiquiatrico há 4 anos, mas minha depressão não teve melhora, mas passei a mergulhar dentro do meu eu e buscar a paz interior, desde então tento me tornar cada dia mais forte. Meu sonho é que esses jovens fossem ouvidos como se tivesse UM CÂNCER, porque a dor que eles sentem NÃO TEM VOZ.
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